Há beijos apaixonados, salivados
e que levam à orgasmos. Há beijos inocentes, sem precedentes e despretensiosos.
Há beijos formais, consensuais e frios – beijos de despedidas e beijos de nunca
mais. Há beijos amargos, sem pudor, beijos com malicias, como babugem que
enferruja a boca de um traidor. Há beijos na testa para dormir, beijos de
carinho, beijos para cumprimentar e beijos para dizer “prazer ou satisfação”.
Beijos para
amar, para gozar, para arrebatar aos céus e depois nos lançar ao inferno, há
beijos para festejar, para se alegrar e consolidar. Há beijos de mulheres
putas, poetas, magnificas e profetas. Há beijos de apreço, beijos que não tem
preço, beijos pelos quais não somos merecedores. Quero beijos de desejo, ardentes, quentes e
eloquentes – beijos entorpecentes. beijos sem virgulas, sem hora, sem momento
para terminar. Beijos conjugados, beijos cheios de rimas – beijos de pessoas
que gostam de beijar.
Os abraços
pedem beijos, as canções propiciam momentos para beijar, as poesias lembram e relembram
beijos que foram perdidos e que ainda desejam reencontrar. As crianças mandam
beijos e esperam beijos de volta. As virgens esperam pelo o beijo de seu amado
e as prostitutas são as que mais sabem beijar.
Amantes se
beijam e, há casais que perderam o prazer de se beijarem. O beijo não é narcisista,
pois não há como se beijar. Beijos de amizade, beijos de até logo e beijos de
primeira vez. Beijos são as químicas e a física manifestando a fusão e as trocas
de energias. Beijos registram momentos, solidificam relacionamentos, credita concordatas
e dá mais sabor ao sexo.
Beijar é uma
arte própria dos seres viventes, há quem goste de beijar, bem como que aprecie
ser beijado. Beijos sem preconceitos, beijos plurais, beijos musicais e beijos
para todo gosto. Beijos ilimitados, beijos de selinho e beijos tarados. Beijos para
a borboleta que voa, beijos para a viúva que chora, beijos de batons em cartas,
beijos laçando pelos ares.
Beijos, mil
vezes beijos.
Por Giliardi Rodrigues, 2021.